ZeroHora30demaiopag.28

Simone Diefenthaeler Leite – Presidente da CICS

Há  uma semana, neste mesmo espaço, escrevi sobre a necessidade e a importância de lutarmos pelos nossos ideais e sugeri atitudes como arregaçar as mangas para buscar, sem vergonha e sem medo, o que acreditamos.

Recebi alguns e-mails de pessoas que ainda não conheço. Elas comentavam aspectos positivos sobre a reflexão proposta pelo texto. Mas duas opiniões me chamaram a atenção.

Ambas falaram do medo de se expor, de falar sobre o que pensam, pelas represálias possíveis. Uma, inclusive, foi além e relatou um triste e também preocupante episódio de perseguição por parte do poder público.

Não tenho dúvidas de que nós, empresários, vivemos num impasse. Não temos a quem recorrer na verdade, embora tenhamos  a falsa ideia de que a justiça nos protege.

Estamos todos, sem qualquer diferença, caminhando no escuro porque o futuro é mesmo incerto, Mas este não  é  só o problema. O passado é que contém o fantasma da incerteza porque não sabemos o que podem inventar vasculhando nossas empresas.

O fisco arbitra uma quantia e … se formos à Justiça para nos defender precisamos garantir o valor da ação. Sim,  apresentar as garantias reais do total que estão cobrando para poder nos defender. Mas de onde tirar esse dinheiro/garantias reais?

E aí me ocorre estabelecer um ponto de reflexão a partir de uma constatação. Como não somos homens e mulheres públicos, não podemos tudo. Sim, porque eles podem tudo!  Seus mandatos não são um cheque em branco? Nossos políticos e gestores deveriam servir aos interesses da sociedade e não servir-se dela.

Mas não devemos desanimar. Ainda assim, diante das dificuldades impostas, diante do medo, precisamos seguir em frente –  e mais do que nunca unidos. Aí entra o papel das entidades de classe. É através delas que somos uma única voz. Sendo assim, aos líderes empresariais fica o desafio de representar a voz de muitos nomes anônimos…

(Artigo publicado no jornal Zero Hora, edição de 30/05/2014, pág. 28)