Em Canoas, Eduardo Leite palestra a empresários e fala sobre primeiras ações à frente do Piratini

 Foco da nova gestão será resolver o déficit orçamentário causado pela folha e outras distorções

Presidente da CICS Canoas, Gildo Viegas Tavares, mediou a primeira edição da reunião-almoço.

FOTO: JOÃO CASTRO

 

Durante a primeira edição do Almoço de Ideias, em 2019, da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Canoas (CICS Canoas), o governador Eduardo Leite falou para uma plateia de empresários que lotou o Salão Nobre da entidade, no centro da cidade. Na abertura do encontro, o presidente da CICS, Gildo Viegas Tavares, ilustrou a situação do Rio Grande do Sul como a de um time de futebol “o Estado está, digamos, em uma segunda divisão e luta para não ser rebaixado mais ainda. Ele luta e busca, com muita garra, sua assunção à primeira divisão deste campeonato”, disse.

Uma das pautas abordadas no Almoço de Ideias foi a questão da susbstituição tributária, que será alterada a partir de amanhã (01), e que prejudica as empresas que possuem negócios no Estado. Outra reinvidicação foram as questões pertinentes ao licenciamento ambiental, que de acordo com o presidente da CICS, “ acaba por prejudicar e paralisar o crescimento de Canoas, com regras e normas ortodoxas e ineficientes”, afirmou.

De acordo com Eduardo Leite, a relação entre o Poder Público e a classe produtiva, no tocante a licenças ambientais, deve se dar na confiança mútua “ se a empresa possui um relacionamento de décadas com o Estado e sempre se comportou dentro da legislação, deve ser reconhecida e ter os caminhos mais flexibilizados, a fim de que se consiga tal autorização”, disse Eduardo que comparou tal atitude com o benefício do desconto de bom motorista.

 

Primeiros meses

Empossado em janeiro, Eduardo Leite afirmou que o Executivo está administrando a crise das finanças com um severo regime de contenção de gastos. Segundo ele, mais de 1500 veículos (oficias e alugados), estão sendo desvinculados e o uso deverá ser racional.Além desta medida, gastos com diárias também está na mira, porém, foi categórico em lembrar que “não são esses fatos que irão modificar a situação do RS. Elas ajudam, mas o foco é no custo da folha e na reestruturação dos cargos e salários, com a extinção de beneficios e outras anormalidades financeiras”, detalhou.

 

PPP da Corsan

Um dos assuntos que está mexendo com a política de Canoas é a PPP da Corsan, parada no Legislativo municipal e sem a previsão para votação em plenário. Para o governador, “é importante que Canoas incorpore este plano que é, acima de tudo, importante socioeconomicamente. Quem sofre mais é a população em vulnerabilidade social. Investir em saneamento, reflete em economia para o Estado e aplica-se de forma mais direta e pontual em problemas estruturais e não com doenças que são causadas pelo esgoto descartado de forma irregular. Por isso creio e conto com a sensibilidade da Câmara de Vereadores de Canoas que irá apreciar essa matéria e beneficiará milhares de pessoas”.

 

Concessões

O governador falou ainda sobre o tripé da sustentação: desburocratização, infraestrutura e competitividade. Para tanto, anunciou que ainda no mês de março o  Estado vai iniciar as audiências públicas para promover as concessões das RS 234 e RS 287. Concluiu dizendo que está “muito confiante” e tem trabalhado pela reinserção do Estado no Brasil e no mundo.

Ao apresentar a situação fiscal do Estado, o governador explicou que, para se encontrar uma solução é necessário entender, primeiro, o que trouxe o Estado até aqui. Lembrou alguns dos compromissos financeiros com os quais o Estado precisa arcar, como o déficit previdenciário de quase R$ 12 bilhões e a dívida com precatórios, que gira em torno dos R$ 15 bilhões.

O governador deixou claro ainda que, para o Estado voltar a crescer e encontrar um equilíbrio fiscal, algumas medidas são consideradas indispensáveis, como a Reforma da Previdência, a reestruturação da máquina pública e a venda de estatais. “Por isso, aposto em uma agenda de diálogos, a fim de que todos compreendam que o esforço tem de ser coletivo”, explicou, referindo-se aos encontros com representantes dos sindicatos das principais categorias do funcionalismo.