De um lado representantes de empregados que querem que o projeto encaminhado pelo governo valha e que o salário mínimo regional aumente em 16%. Do outro, as entidades empresariais que entendem que com esse percentual todos sairiam prejudicados, já que um aumento dessa monta implicaria em inflação, desemprego e informalidade. A reunião entre as centrais sindicais e as entidades empresariais aconteceu no início da tarde dessa quarta-feira (26-11) na presidência da Assembleia Legislativa, e acabou sem acordo entre as partes. Os representantes dos trabalhadores chegaram a acenar a possibilidade de discutir alguns temas do projeto encaminhado ao Legislativo, mas disseram que não reduziriam os 16% apontados pelo governo. Já os empresários defenderam que tal índice é impraticável.
Como o projeto entrou em regime de urgência no legislativo, ele deve ir para votação no próximo dia 16. Tentando encontrar uma saída para o impasse, o presidente da Assembleia, Gilmar Sossella, chegou a falar na possibilidade de marcar outra reunião entre os representantes antes desse dia, mas ,nada ficou definido. “Esse tipo de assunto nunca se resolve em uma conversa só”, defendeu o deputado.
Após o encontro, a presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Canoas (Cics) e vice-presidente da Federasul, Simone Leite, disse que agora a posição do setor deve ser aguardar a votação dos deputados. “E não podemos esquecer que há uma insegurança jurídica no projeto”, diz Simone, referindo-se ao fato de ter sido enviado para votação no segundo semestre de um ano de eleições gerais. Na próxima terça-feira deve acontecer uma audiência pública na Assembleia Legislativa onde a legalidade ou não da proposta também estará em pauta.