As medidas anunciadas pelo Governo sinalizam um avanço na redução de impostos, embora o ideal fosse dar andamento à reforma tributária. “Precisamos deixar de lado as diferenças entre municípios, estados e União e unir esforços em torno de uma proposta de uma reforma ampla e justa para todos. Mas enquanto isto não acontece, analisamos como positivos estes incentivos anunciados pelo Governo, especialmente a desoneração sobre a folha. A criação das câmaras de competitividade também é importante, pois colocam numa mesma mesa os empresários e trabalhadores. Volto a dizer que as nossas empresas precisam continuar investindo na prospecção de novos mercados e novos produtos, com uma boa dose de criatividade para superar as adversidades do chamado custo Brasil”, disse a presidente da CICS.

Outra preocupação da presidente da CICS diz respeito à falta de investimentos em infraestrutura. “Este é um tema que necessita urgentemente de medidas por parte do governo. De nada adianta termos demanda crescente se a infraestrutura não corresponde à necessidade do empresariado. Este problema acaba influindo no chamado custo Brasil, diminuindo a nossa competitividade”, acrescenta a presidente da CICS.

 

As principais medidas do pacote de estímulo a competitividade do governo federal são:

Desoneração tributária
Financiamento ao investimento
Financiamento à inovação
Marco legal da inovação
Desoneração das exportações
Defesa comercial
Financiamento e garantia para exportações
Promoção comercial
Desoneração da folha de pagamento
Regime especial setorial
Compras governamentais
Harmonização de políticas de financiamento

 

FEDERASUL

O presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) e da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul), José Paulo Dornelles Cairoli, disse que o pacote de estímulo melhora, mas não tem o poder de resolver o problema da falta de competitividade das empresas brasileiras. “Precisamos de redução de custos”, enfatizou. Disse ainda que as medidas anunciadas deveriam atingir todos os setores, mesmo que a queda das alíquotas fosse menor. “Não estão claros os critérios de escolha dos setores beneficiados”.
Cairoli classificou como “tímidas” as medidas na área da infraestrutura e enumerou como positivas a redução da carga tributária de alguns setores, quer seja através do IPI, quer seja com a desoneração da folha de pagamento e o aumento do crédito com juros menores, através do BNDES, para setores relacionados à inovação assim como a ampliação do financiamento e desburocratização de atividades de comércio exterior.